O juiz espanhol Baltasar Garzon abriu hoje um processo judicial contra dois piratas capturados pelas forças espanholas que participaram no sequestro do atuneiro Alakrana, com 36 tripulantes a bordo.
Garzon acusa os piratas, que chegaram hoje de manhã a Torrejon, a bordo de um avião do exército espanhol, de «associação ilegal, que poderá ser qualificada de terrorista e de 36 delitos de detenção ilegal», um por cada marinheiro a bordo.
Por seu lado, os piratas somalis, que capturaram a 2 de Outubro o atuneiro espanhol Alakrana, com 36 tripulantes a bordo ao largo da Somália, exigiram hoje a libertação dos dois piratas capturados pela Marinha espanhola, antes de negociarem um resgate.
«Dois dos nossos amigos foram detidos pelas forças estrangeiras e isso pode atrasar qualquer processo que leve a um acordo para libertar o navio. É preciso que eles libertem os nossos amigos para que possamos começar a discutir o destino do barco e dos reféns», declarou por telefone Abdi Mohamed, um dos piratas.
«Insistimos que eles têm primeiro de os libertar para que se chegue a acordo sem problemas», acrescentou, questionado desde o porto de Harardere, um esconderijo de piratas onde está actualmente o Alakrana.
Os dois piratas que capturaram o atuneiro espanhol no Oceano Índico, entre a Somália e as Seychelles, foram detidos há uma semana pela Marinha espanhola.
Estes dois piratas «chegaram hoje de manhã a bordo de um avião do exército espanhol à base aérea de Torrejon e foram postos à disposição da Justiça», segundo fonte governamental.
A captura do Alakrana assinalou o recomeço dos actos de pirataria na região por bandos armados que se aproveitam do fim das monções e do regresso a um mar mais calmo.
A tripulação do navio desviado é composta por marinheiros de Espanha, Gana, Indonésia, Madagáscar Senegal e Seychelles, que estarão a ser tratados «com humanidade», segundo os piratas.
Num outro desenvolvimento, a Marinha francesa entregou hoje às autoridades de Puntland (nordeste da Somália) cinco alegados piratas somalis que tinham atacado seis dias antes o navio-almirante das forças francesas no Oceano Índico, indicou o estado-maior das Forças Armadas em Paris.
Lusa / SOL
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