O deputado do CDS-PP Hélder Amaral voltou ontem a negar ter agredido Maria José Nogueira Pinto, desafiando a presidente do Conselho Nacional do partido a explicar a acusação e ameaçando levar o caso para os tribunais.
"A acusação é totalmente falsa e ofende-me", afirmou Hélder Amaral, líder da Distrital de Viseu e apoiante de Paulo Portas, em conferência de imprensa realizada na sede nacional do Partido.
"Para se fazer de vítima, a dra. Maria José Nogueira Pinto invocou a sua condição de mulher que um homem teria agredido. Se isso fosse verdade, era a pior das cobardias. Mas é demagogia da mais barata: tal como seria eu vir aqui dizer que ela me está a atacar por não ser branco como ela. Não irei por aí", acrescentou o deputado democrata-cristão que liderou o movimento pelas "directas".
Por isso, Hélder Amaral disse aguardar agora que Maria José Nogueira Pinto lhe dê uma explicação "pessoal ou pública".
"Utilizarei todas as armas do direito e instâncias judiciais", sublinhou.
Na conferência de imprensa, Hélder Amaral reconstituiu o final da reunião do Conselho Nacional, realizado domingo em Óbidos, reiterando nunca ter agredido fisicamente Maria José Nogueira Pinto e assegurando não ter conhecimento de "qualquer tumulto".
"Os factos são estes: a dra. Maria José Nogueira Pinto, inopinadamente encerrou o Conselho Nacional, apesar de haver inscrições, quórum, e recurso da decisão. Eu estava perto da mesa, pedi-lhe que ela não abandonasse a sala e pensasse no partido. Não me respondeu, dei-lhe passagem, e fiquei onde estava", relatou o deputado do CDS-PP, eleito pelo círculo de Viseu.
Sublinhando que "em política não vale tudo", Hélder Amaral acusou a presidente do Conselho Nacional de estar apenas a "tentar desviar as atenções" da sua "própria parcialidade", porque "não gostou da vitória das directas" e "amuou", "cortando a palavra a quem estava na tribuna", e desafiou-a a apresentar provas da agressão que diz ter sido alvo.
"Tem a dra. Maria José alguma prova do que afirma? Se tivesse mostrava, se não tem retire a infâmia", disse, insistindo não estar disposto a ver o seu nome "enlameado" por uma "senhora que arranja conflitos com toda a gente e em todos os lugares por onde passa".
O líder do partido, José Ribeiro e Castro, foi igualmente criticado por Hélder Amaral que questionou a sua atitude de "vir para a praça pública ofender colegas, inventar histórias e dar, do partido, uma imagem grotesca e suja".
Distrital solidária
Entretanto, a distrital de Viseu do Partido solidarizou-se com Hélder Amaral, apelando à reposição da "verdade dos factos".
Em comunicado, a distrital manifesta a sua "total solidariedade e apoio político e pessoal" ao parlamentar, sublinhando a "máxima correcção" do seu comportamento.
A distrital refere também que aguarda "serenamente" que, "de uma forma célere", "seja reposta a verdade dos factos, com respeito mútuo", sob pena de serem lesados "os valores que sempre pautaram o CDS-PP".
O Conselho Nacional do CDS-PP determinou domingo a convocação de um Congresso, com base no requerimento de Leiria, mas Paulo Portas reclamou a vitória da sua proposta de directas imediatas, que obteve cerca de 65 por cento dos votos dos conselheiros nacionais.
"Tónica racista"
Já a direcção do CDS-PP, através de José Girão Pereira, repudiou "clara e frontalmente" as declarações do deputado Hélder Amaral, considerando que o líder da distrital de Viseu introduziu "uma tónica racista" na sua intervenção. Para o dirigente Girão Pereira estas afirmações são "indignas de um deputado".
"Manifesto a minha indignação pelo facto de um deputado ter introduzido uma tónica racista na sua intervenção", afirmou o ex-autarca de Aveiro, salientando que o CDS "sempre defendeu políticas anti-racistas e anti-xenófobas".
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