O presidente da Comissão Parlamentar de Ética, Matos Correia, e o ex-deputado do CDS-PP Narana Coissoró, manifestaram-se hoje a favor da redução do período de férias parlamentares, à semelhança da diminuição das férias judiciais.
«Não percebo porque é que há dois meses de férias parlamentares. Só agrada aos governos, porque enquanto o Parlamento está de férias o Governo tem maior tranquilidade», declarou Matos Correia, num colóquio no Parlamento sobre ética e política.
O deputado do PSD lembrou a recente redução das férias judiciais imposta pelo Governo, sublinhou que «pessoalmente» defende que o Parlamento deveria ter seguido esse exemplo e que isso «seria fácil de fazer».
O ex-deputado do CDS-PP Narana Coissoró, presente na plateia do colóquio, disse estar «de acordo» com o social-democrata, considerando que «hoje não se justifica de maneira nenhuma» que não haja trabalhos parlamentares entre 15 de Julho e 15 de Setembro.
«Pode-se dar uma volta a isso», acrescentou Narana Coissoró, que, quanto à falta de quórum de votação na quarta-feira, argumentou que «houve pouca sabedoria da conferência de líderes, porque sabe o que a casa gasta, ao marcar votações para a véspera de umas miniférias» de Páscoa.
«A comunicação social ajuda ao desprestígio do Parlamento. Perante um facto mau torná-lo muito mau é fácil. Foi mau, mas estar a dizer de vinte em vinte minutos que foi muito mau também é demais», contestou o democrata-cristão.
A redução das férias dos deputados foi sugerida pelo director da SIC-Notícias, Ricardo Costa, um dos oradores do painel sobre «a opinião pública e o mandato parlamentar», afirmando que «hoje já não faz sentido» essa interrupção nos trabalhos parlamentares.
Ricardo Costa criticou ainda o funcionamento das comissões de inquérito parlamentares, com conclusões «previsíveis» e a discussão em torno da duração da sessão legislativa, que apontou como contributos para uma imagem negativa do Parlamento.
A questão central, segundo o director da SIC-Notícias e director-adjunto de Informação da SIC, «tem muito a ver com a produtividade, a eficácia, a imagem do Parlamento», que deveria «aproximar-se mais do trabalho normal do país e das empresas», nomeadamente, começando a trabalhar «mais cedo».
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