O caso "Mateus" foi arquivado pelo Comissão Disciplinar da Liga. Uma decisão que mantém o Gil Vicente na Liga, contrariamente às pretensões do Belenenses. Mas o arquivamento do processo disciplinar não foi nada pacífico, provocando mesmo uma guerra dentro do organismo, que muito provavelmente irá levar à demissão de dois dos quatro elementos do CD, Pedro Mourão e João Cebola. O pedido deverá ser oficializado na próxima segunda-feira, segundo apurou o DN junto de fonte do processo.
Estes dois membros são os mesmos que se reuniram no primeiro dia do presente mês, em Lisboa, e que votaram a favor do queixoso, o Belenenses. O clube do Restelo acusou a equipa de Barcelos de violar os regulamentos por ter recorrido aos tribunais civis para pressionar a Liga a aceitar a inscrição do internacional angolano.
Mas na reunião de ontem, na sede da Liga de clubes, no Porto, Pedro Mourão e João Cebola encontraram a oposição dos outros dois elementos, que votaram a favor do arquivamento aconselhado pelo instrutor do processo.
A Comissão Disciplinar da Liga é composto pelo presidente juiz desembargador Gomes da Silva e quatro vogais (os juízes Pedro Mourão e João Cebola e o advogado Domingos Lopes). Este último, que é filho do vice-presidente para a área financeira do Gil Vicente, pediu escusa no processo. No entanto, como o CD é um órgão colegial e nenhum dos elementos se pode abster de votar, a votação ficou 2-2. Um empate que "obrigou" Gomes da Silva, na condição de presidente, a exercer o voto de qualidade (vale por dois), desempatando dessa forma o escrutínio.
Face a estes acontecimentos, João Cebola e Pedro Mourão decidiram apresentar a demissão, que deverá ser formalizada no início da próxima semana, junto do presidente da mesa da Assembleia Geral da Liga, Adriano Afonso. A confirmarem-se as demissões, a CD passará a funcionar apenas com dois elementos efectivos, até às eleições da Liga a realizar ainda este Verão.
O que o Gil Vicente estranha no desenrolar deste caso é a atitude dos dois elementos do CD, que se reuniram por iniciativa própria e sem a presença dos restantes membros, tomando uma decisão que favorecia o Belenenses, como viria a ser divulgada na comunicação social. Isto dois dias antes de o instrutor do processo dar por terminada a instrução.
Os elementos da CD só tiveram acesso ao documento final no sábado, 3 de Junho, o qual recomendava o arquivamento do processo com base na sentença do tribunal e valendo-se de uma medida de excepção prevista pela própria FIFA.
A principal argumentação da equipa de Barcelos passou por considerar que o caso "Mateus" não é uma questão desportiva, mas sim laboral, pelo que é passível de recurso para os tribunais civis.
O departamento jurídico do Gil Vicente alegou ainda que a acção colocada no Tribunal Administrativo de Braga não influenciou em nada o campeonato, uma vez que foi considerada improcedente pelo juiz.
In DN
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