António Cluny, do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público, gostou de ouvir o discurso do presidente da República que apelou ao combate à corrupção, mas lembra que faltam meios e condições para que essa acção seja eficaz.
O presidente dos Magistrados do Ministério Público, António Cluny, salienta a importância da formação dos profissionais do sector para que possa existir um melhor combate à corrupção. «É preciso haver uma formação permanente capaz de permitir a agentes de investigação criminal e magistrados estarem actualizados com todo o tipo de inovações no âmbito dos circuitos financeiros, fiscais e das tecnologias informáticas», afirmou.
O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público salienta também a necessidade de criar «mecanismos legais que permitam um acesso imediato e quase em tempo real ao controle das informações que devem existir ao nível das telecomunicações e movimentos de capitais». António Cluny refere igualmente a importância de uma «cooperação estreita» entre os diversas entidades que podem contribuir para o combate à corrupção, não só ao nível nacional como internacional. O responsável salienta que é essencial eliminar todos os factores que possam contribuir para a «ocultação de informação às autoridades judiciárias», referindo a ajuda que podem fornecer nesta batalha as instituições bancárias e seguradoras. Cluny defende ainda que a repressão deverá ser a última linha do combate à corrupção. Em primeiro plano deverá estar a transparência.
«O combate à corrupção não é nem pode ser fundamentalmente um mecanismo repressivo, que é importante e deve ser exemplar quando ela é detectada, mas o mais importante é a transparência dos circuitos económicos, o controle das actividades económicas por via do fisco e dos diversos organismos de controle interno dos ministérios», afirmou. No discurso das comemorações do 5 de Outubro, o presidente da República, Cavaco Silva, apelou esta quinta-feira, a todos os portugueses para que se empenhem na luta contra a corrupção.
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