Carlos Anjos, presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC), disse ontem, ao JN, que "o Governo mentiu" durante o período de negociações em torno das alterações ao regime social do Ministério da saúde e que a greve que se preparam para fazer a isso se deve. A ASFIC explicou que o ministério da Justiça nunca revelou que os cônjuges dos investigadores ficariam de fora do subsistema de saúde, como veio a acontecer. Nem que antes do aumento da reforma para os 60 anos não existiria o período transitório de seis meses, conforme acordado. Os guardas prisionais foram surpreendidos com estas alterações, mas esperam ainda que o Governo possa emendar a mão, através de um pacote apresentado em Agosto e prevê protocolos com hospitais.
Fonte: JN
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Judiciária só tem dinheiro para funcionar até Julho
Com 30 por cento do orçamento cativado à cabeça, a PJ só terá dinheiro para funcionar até meio do anoA Polícia Judiciária só tem orçamento para funcionar até ao próximo mês de Julho. Os ordenados dos funcionários estão assegurados, mas o dinheiro para o combustível das viaturas pode começar a faltar, colocando em risco várias diligências necessárias (por exemplo, buscas) para a boa concretização dos processos.
“Já fizemos as contas e olhando para o orçamento de funcionamento da polícia em 2006, a ser um economista forreta e pressupondo que não existirá nenhum desperdício, o dinheiro vai durar até ao início de Julho”, afirmou ao CM Carlos Anjos, presidente da Associação Sindical dos Funcionários de Investigação Criminal (ASFIC).
Aquele responsável chega mesmo a afirmar “que o desinteresse do ministro da Justiça em resolver os problemas está explicado pelo facto de, a partir de Julho, a PJ fechar as portas”.
As contas da ASFIC apontam para a necessidade de um orçamento rectificativo a meio do ano para que a PJ continue a funcionar. “Este é o quadro que temos e não sabemos qual é o projecto que o Ministério da Justiça tem para a PJ”, diz Carlos Anjos.~
Para agravar a situação, as novas regras da aposentação definidas para a Função Pública, levou já à saída de 200 efectivos de todas as categorias. Uma tendência que se deverá agravar nos próximos anos. A ASFIC prevê que mais 200 elementos abandonem a PJ, ficando aquele organismo com mil efectivos. A falta de investimento no Laboratório de Polícia Científica, “aquilo que marca a diferença na PJ”, faz com que os exames periciais demorem muito tempo. “Se a polícia quer fazer exames mais rápidos tem de os pedir ao Instituto de Medicina Legal e pagar por eles”, diz Carlos Anjos.
“Não sabemos o que o Governo quer da PJ. Por um lado fazem-se leis a reforçar as competências do Ministério Público e da Polícia Judiciária. Por outro lado esvaziam-se as instituições da sua capacidade financeira”.
"O GOVERNO MENTIU À INVESTIGAÇÃO" (CARLOS ANJOS, PRESIDENTE DA ASFIC
Correio da Manhã – Porque vão para a greve se ficaram com um regime especial de aposentação?
– Chegámos a um consenso com o Governo e assinámos um acordo [reforma aos 55 anos com 36 anos de serviço obrigatório] e negociámos um regime de transição igual para toda a Função Pública [actualização em seis meses por ano]. A lei aprovada no dia 30 de Dezembro para entrar em vigor no dia 1 de Janeiro não contempla nenhum período de transição.
– O que se passou?
– O Governo não teve a hombridade de nos informar de nada e puseram a culpa no Ministério das Finanças. Foi uma manobra de puro ‘terrorismo político’. O Governo mentiu-nos e enganou-nos!
– E nos Serviços Sociais?
– Também fomos ludibriados. Tínhamos dois subsistemas de Saúde; a ADSE e os Serviços Sociais. Foi-nos dito que íamos perder um. Ficávamos nos Serviços Sociais do Ministério da Justiça exactamente nas mesmas condições que tínhamos [beneficiava o funcionário, o cônjuge e os filhos]. Foram feitas actas. Nunca em cima da mesa esteve a exclusão de nenhum elemento e fomos confrontados com a exclusão de todos os cônjuges dos elementos que trabalham na polícia. Tivemos um comportamento negocial sério. O comportamento do Governo está na fronteira do criminoso.
OUTROS PONTOS DE INTERESSE
SALVADO
Adelino Salvado, ex-director nacional da PJ identificou a necessidade de 300 novos inspectores em 2003. Do concurso aberto pela anterior direcção, e autorizado por Manuela Ferreira Leite, apenas 50 pessoas deverão ingressar na PJ.
GREVE
Os investigadores da PJ vão fazer uma greve sectorial entre Fevereiro e Abril. Cada departamento vai parar um dia por mês em protesto contra a falta de estratégia do Governo para aquela força policial de investigação criminal.
NOVA SEDE
A ideia de uma nova sede para a PJ (em Paço d’Arcos), um processo do tempo de Celeste Cardona, foi definitivamente abandonada, em nome da contenção de custos. Os serviços da PJ vão continuar dispersos pela cidade de Lisboa.
Fonte: Correio da Manhã
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