Apenas um dos 45 inspectores da Directoria de Braga da Polícia Judiciária (PJ) compareceu hoje ao serviço, não aderindo à greve decretada pelo Sindicato dos Funcionários de Investigação Criminal, disse à agência Lusa fonte policial.
Na Directoria encontram-se, também, os dois inspectores-coordenadores - que a chefiam - e outros dois inspectores que estão de piquete para atender os casos do dia, nomeadamente qualquer situação que requeira uma intervenção imediata.
A greve que decorre hoje na directoria de Braga inclui-se no conjunto de paralisações que estão a decorrer em cada dia nas diferentes direcções e directorias da Polícia Judiciária espalhadas pelo país.
Um dos grevistas, que solicitou o anonimato, disse à agência Lusa que o actual Governo "quer pagar uma retribuição ridícula, de 3,75 euros" aos inspectores pelas horas extraordinárias que prestam diariamente.
"As horas só contam a partir das 20:30, o que significa que já damos três horas de borla ao Estado", sublinhou, acusando o Governo de "enganar" os inspectores da PJ por ter prometido pagar as horas e ter recuado, rasgando os protocolos assinados.
No caso particular da Directoria de Braga, os polícias em greve querem também chamar a atenção para "a crescente diminuição do número de inspectores nas diferentes brigadas, cujos efectivos, em alguns casos, diminuíram quase 50 por cento".
"Até Março vão sair, para a reforma, mais sete inspectores e não há quem os substitua", sublinhou a fonte, lamentando também o forte corte no orçamento da despesa que afecta coisas tão simples como as deslocações, e até o pagamento das ajudas de custo.
A mesma fonte assinala que "a falta de meios humanos e técnicos na PJ afecta a segurança dos cidadãos e a celeridade da justiça", tese que justifica com a duplicação do número de processos por inspector: "há um ano cada um dos inspectores de Braga tinha 14 ou 15 processos em mão para investigar; hoje têm 30 e a tendência é para aumentar", sublinhou.
A PJ/Braga tem em mãos cerca de 30 processos do chamado crime de "colarinho branco", vários casos de homicídio e de combate ao narcotráfico no Alto Minho, neste caso em cooperação com a polícia espanhola.
In RTP
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