Nunes da Cruz, presidente do Conselho Superior de Magistratura e também do Supremo Tribunal de Justiça, afirmou «compreender» a iniciativa dos juízes que prometem cumprir rigorosamente o horário de trabalho, o que significa que a partir das 17:00 não trabalham, salvo casos urgentes.
Depois de ter recebido em audiência o líder do PSD, Marques mendes, José Moura Nunes da Cruz afirmou que o Governo não entende o esforço dos juízes.
O responsável rejeita o «rótulo de greve de zelo» para a atitude dos juízes e prefere considerá-la uma «resposta normal e emocional» à forma como o Executivo tem tratado os juízes. «Não há greve de zelo, há muitos julgamentos que continuam a partir das 17:00 horas, o que não há é aquela dedicação louca, em que muitos nem sequer viam a família», adiantou. O presidente do Conselho Superior da Magistratura afirma ainda que a vontade de dedicação se esgotou, devido à falta de respeito do Governo. «É a resposta emocional a um tratamento que nos tenta igualar a todos os outros sistemas», adiantou.
Apesar de reconhecer que vai ser agravada a morosidade da justiça, Nunes da Cruz não aceita responsabilidades para os juízes e garante que os processos mais urgentes vão ser despachados.
«Não há atraso nenhum com processos urgentes, está tudo a ser feito. Os outros fazem-se quando houver tempo para isso», disse.
«O Governo que compreenda a nossa posição, que entenda o esforço e o sacrifício que tem sido feito. Não concebo que se diga 'coitado de um arguido que está a ser interrogado até às 3 da manhã', quando o juiz que está a interrogar, esteve a fazê-lo desde as 10 da manhã», acrescentou.
O Diário de Notícias publicou esta segunda-feira que muitos juízes estão a recusar-se a despachar processos além das 17:00, o horário normal de funcionamento dos tribunais.
In TSF
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