O presidente do Supremo Tribunal Administrativo (STA) afirmou esta sexta-feira que os tribunais tributários vão estar mais atentos à cobrança de dívidas «a tempo e horas» em 2007, lamentando «os atrasos e as ausência de decisão» em 2006.

«Temos de uma vez por todas alertar e passar a ideia de que os tribunais tributários estão mais atentos à cobrança das dívidas», disse Santos Serra no final de uma audiência de cumprimentos de Ano Novo ao Presidente da República, Cavaco Silva.

Acrescentou que estes tribunais estiveram «praticamente parados» no ano passado devido à «falta de tempo dos juízes para as sentenças por passarem o dia inteiro em julgamento com as providências cautelares».

O presidente do STA sublinhou ainda a importância da área tributária, que é «muitas vezes abandonada e esquecida», na medida em que «são milhões de euros que com esta situação deixam de ser cobrados», levando à «prescrição das dívidas».

Assim, em 2007, Santos Serra tem a «esperança» de que «a situação entre na normalidade» com o recrutamento de novos juízes e a racionalização dos já existentes.

Para isso contribuirá também, segundo o presidente do STA, uma medida definida no Orçamento de Estado para 2007 que consiste em impedir a prescrição de dívidas.

«Enquanto o processo está pendente nos tribunais, o prazo de prescrição não corre», explicou.

Depois de ser recebido pelo Presidente da República numa sessão de votos de novo ano, o presidente do Tribunal Constitucional, Artur Maurício, revelou o desejo de que «os problemas da justiça comecem ou continuem a ser resolvidos».

No entanto, admitiu que em relação ao tribunal que preside «não são necessárias grandes medidas legislativas ou outras» uma vez que é um tribunal que «não tem dado grandes preocupações».

«O ano de 2007 vai ser também tranquilo com o tribunal a desempenhar as suas funções a tempo e com eficácia», disse.

O Presidente da República, Cavaco Silva, recebeu também os presidentes do Tribunal de Contas, Guilherme d`Oliveira Martins, do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Noronha Nascimento, e o Procurador-Geral da República, Pinto Monteiro, mas estes escusaram-se a prestar declarações no final dos encontros.

In Dinheiro Digital

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