Mais de 55% dos portugueses inquiridos num estudo da organização não governamental Transparency International (TI) consideram que a corrupção afecta de forma significativa a vida política, foi hoje revelado.
Ainda de acordo com os resultados agora apresentados, mais de 50% dos portugueses entrevistados consideram que a corrupção afecta em grande medida o sector empresarial.
Os dados relativos a Portugal constam do relatório da TI, tornado público hoje, Dia Mundial das Nações Unidas contra a Corrupção, e acompanham a tendência revelada na maioria dos 69 países dos cinco continentes abrangidos pelo estudo.
Segundo relevou Huguette Labelle, presidente da TI, durante a apresentação do «Barómetro Mundial da Corrupção 2005», «os partidos políticos são encarados como os mais corruptos» em 45 dos 69 países abrangidos pelo inquérito, no qual foram ouvidas cerca de 55 mil pessoas.
Na sondagem efectuada em Portugal pela empresa TNS Eurotest, atrás dos partidos políticos, considerados como a instituição mais corrupta, surgem o Parlamento, a polícia, o sistema judicial, a administração fiscal, o sector privado e as alfândegas.
As organizações não-governamentais e as instituições religiosas são apontadas como as instituições menos corrompidas em todo o mundo.
Em Portugal, as Forças Armadas aparecem como a instituição menos corrupta.
Quanto à forma como a corrupção tem evoluído nos últimos três anos, 42% dos portugueses entrevistados consideraram que aumentou muito, 26% que aumentou um pouco e 21% que não existiu qualquer evolução.
Quatro por cento dos inquiridos responderam que a corrupção decresceu um pouco e apenas 1% consideraram que diminuiu muito.
Nos dados globais do estudo da TI, recolhidos pela empresa Gallup, nos 69 países onde se realizaram os inquéritos, 35% dos inquiridos consideraram igualmente que a corrupção aumentou muito nos últimos três anos e 22% que aumentou um pouco.
Portugal acompanha o pessimismo revelado pela maioria dos inquiridos quanto ao futuro: 39% dos portugueses inquiridos pensam que a corrupção vai aumentar nos próximos três anos.
Apesar destes números, apenas 2% dos portugueses inquiridos admitiram ter subornado alguém no último ano. Por outro lado, 97% negou tê-lo feito, enquanto 1% não respondeu ou disse não saber.
Nos dados relativos aos 69 países, estes números são um pouco mais elevados, com 9% dos entrevistados a admitirem ter subornado alguém.
Para a sondagem efectuada em Portugal pela empresa TNS Eurotest foram realizados 520 inquéritos telefónicos, entre os dias 22 e 28 de Junho de 2005.
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