O Serviço de Informações de Segurança (SIS) apurou existirem em Portugal «estruturas vocacionadas para o apoio logístico de indivíduos suspeitos de envolvimento em atentados ou de pertencerem a grupos terroristas».
A notícia faz manchete na edição desta sexta-feira do Público, que recorda igualmente que a informação do SIS é reforçada por investigadores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que nos últimos três anos investigaram redes de paquistaneses e de egípcios destinadas a legalizar imigrantes muçulmanos através de casamentos por conveniência.
A informação agora avançada consta do último Relatório da Segurança Interna, referente a 2004, a que o PÚBLICO teve acesso, no qual a secreta portuguesa considera que, perante estas organizações, «aumenta o risco de poderem vir a ser desenvolvidas outras actividades, como o recrutamento de membros para formação de células locais», em Portugal, passíveis de provocar atentados terroristas.
No capítulo denominado «Contraterrorismo», do relatório anual que faz o balanço do segurança interna, o SIS define como «moderado» o nível da «ameaça» terrorista durante o ano de 2004, mas salienta que o risco poderá aumentar em virtude de Portugal ser «frequentemente utilizado» para a «legalização fraudulenta de cidadãos de origem islâmica no espaço europeu».
«No âmbito da falsificação de documentos e da imigração ilegal» - precisa o documento - «os dados disponíveis revelam uma presença efectiva de estruturas criminosas» compostas por indivíduos de países islâmicos, «designadamente marroquinos, paquistaneses e egípcios», cuja presença em Portugal «é cada vez mais significativa».
O SIS receia, nomeadamente, a prática dos chamados casamentos brancos com cônjuges portugueses, a maioria mulheres, servindo Portugal de «país de trânsito ou de destino, bem como centro privilegiado de recrutamento».
Esta preocupação é corroborada pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), a quem cabe a investigação destes casos, conforme salientava, num artigo científico publicado há dois meses - intitulado «Casamentos com o passaporte no espaço Schengen» -, uma investigadora do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, Marzia Grassi, citando um responsável do SEF que mostrava «grandes preocupações em relação ao fenómeno do terrorismo», associadas às redes muçulmanas que organizam «casamentos por conveniência».
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