Fiquei surpreendido com a redução para cerca de metade do número de vagas abertas pelo ministério da justiça para os cursos de acesso às magistraturas judicial e do ministério público.
Com um volume nunca antes havido de processos que se mantêm nas estantes, com o aumento cada vez maior do recurso dos cidadãos aos tribunais, a postura do ministro da justiça só pode ser de troça do povo português ou então de aviltamento dos magistrados. Provavelmente, é o conjunto das duas.
Afinal, descobri hoje qual é a verdadeira intenção do governo.
Acaba-se com a independência dos juízes e dos tribunais e vão sendo introduzidos no sistema os robots Asimo, cujo protótipo original já conseguiu emprego como recepcionista (vd. notícia do DN). Os últimos retoques da equipa de engenheiros e informáticos, encarregues de dar "vida" ao humanóide japonês, permitiram-lhe duplicar a velocidade a que se desloca, atingindo os 6,4 km/hora. Um exemplo de destreza que faz de Asimo o herói de um mundo que já não pertence à ficção científica. Dará, certamente, para despachar processos, 24 horas por dia, nas férias, feriados e fins de semana : um exemplo de produtividade.
O problema é capaz de ser a remuneração. É que, segundo os dados oficiais, cada juiz português (da primeira instância) aufere em média 33.6oo euros anuais ilíquidos (2400 euros mensais ilíquidos) e o aluguer do Asimo ainda custa 140.000 euros anuais.
É que um recepcionista obediente é sempre mais valioso que um juiz independente, claro está.
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