Durante cerca de quatro horas, Miguel Mota Cardoso causou o pânico na Universidade Lusíada, no Porto, esta sexta-feira, protestando contra os métodos de avaliação dos professores e a indiferença demonstrada pelos alunos por parte da instituição. Em declarações ao PDiário desmente categoricamente ter citado Hitler e Salazar, sabendo que vai ser expulso do curso de direito.
«Não pedi nenhuma auditoria ao curso, simplesmente solicitei uma sindicância a todos os exames que lá fiz no segundo ano, devido à arbitrariedade na avaliação», assegurou, contando que a sua atitude já teve implicações: «Formalmente ainda não fui expulso, mas sei que vou ser. É uma repercussão muito grave, porque tenho as cadeiras todas feitas. Desde que entrei que nunca fui a uma oral, fiz tudo seguido, o que não é fácil, pois é preciso estudar muito. Acho que merecia mais, porque fui mal avaliado. Não sei o que vai ser da minha vida agora por causa deste ilícito».
Aos 42 anos, Miguel Cardoso tenta «reconstruir a vida, tirando o curso de direito e apostar no futuro», mas agora tem um processo em tribunal e o curso abruptamente interrompido. «Tudo porque queria subir um ou dois pontos na nota», conta, deixando um aviso aos colegas: «Não quero tirar um curso de quatro anos em sete ou oito. Não quero ser advogado avô. Foi a única maneira que tive, depois de ter recorrido a todos os meios regulares e nunca tive resposta nenhuma. Já disse aos meus colegas para não fazerem o que eu fiz. Cometi um ilícito criminal, estou cá fora porque sou primário, porque senão não saía. Tenho julgamento marcado, processo a decorrer e não sei o que me vai acontecer».
Relato na primeira pessoa
Mas, afinal, o que aconteceu na sala dos alunos da Universidade Lusíada a partir das 11h30 desta sexta-feira? Miguel conta a sua versão, referindo-se à cadeira de Teoria Geral de Negócio Jurídico, a tal onde teve dez valores e considerou merecer mais. Leia as declarações na primeira pessoa:
«António José Moreira [vice-presidente da Fundação Minerva, que gere a Lusíada] foi a primeira pessoa que veio falar comigo, quando eu estava lá fechado. Nunca falei de Salazar e Hitler e isso é como dizer que sou de extrema-direita. Posso ter dito que eram arbitrários. Quanto ao Hitler, só estava a frisar que a Universidade Lusíada do Porto deu emprego como professora a uma senhora que é licenciada em direito e está a tirar o estágio. Essa senhora é que disse que o Hitler nunca foi nazi, que simplesmente cumpriu a constituição alemã. É isto que os alunos de direito andam a prender».
«Eu não aguardava nenhuma revisão de prova, porque essa aconteceu no dia 22. Já tinha a cadeira feita, por isso a minha intenção era pedir para fazer uma oral, porque queria provar que sabia mais. Cheguei à secretaria e disseram-me que já tinha passado o prazo. Ontem, quando me dirigi à universidade, pedi para falar com uma pessoa da administração e a empregada mal me viu disse logo que não estava. Pedi para chamar outra, que também não estava. Não estava ninguém, só que mal me fechei apareceram todos».
«Se eu não fosse bode expiatório, ninguém em Portugal sabia o que se passava dentro da lusíada. Levei um bidonzinho de dois litros com gasolina, é o que o está no processo. É verdade que pedi para o elemento da Polícia Judiciária assinar um documento, mas sei que sobre coacção não têm validade. Quis vir-me embora, porque apercebi-me que ninguém queria resolver nada. A única pessoa que se podia aleijar era eu, mas não deitei gasolina por cima de mim, porque não sou doido. É facilmente comprovável, porque eu não cheirava a gasolina e fui no carro deles a fumar».
«Não pedi nenhuma auditoria ao curso, simplesmente solicitei uma sindicância a todos os exames que lá fiz no segundo ano, devido à arbitrariedade na avaliação», assegurou, contando que a sua atitude já teve implicações: «Formalmente ainda não fui expulso, mas sei que vou ser. É uma repercussão muito grave, porque tenho as cadeiras todas feitas. Desde que entrei que nunca fui a uma oral, fiz tudo seguido, o que não é fácil, pois é preciso estudar muito. Acho que merecia mais, porque fui mal avaliado. Não sei o que vai ser da minha vida agora por causa deste ilícito».
Aos 42 anos, Miguel Cardoso tenta «reconstruir a vida, tirando o curso de direito e apostar no futuro», mas agora tem um processo em tribunal e o curso abruptamente interrompido. «Tudo porque queria subir um ou dois pontos na nota», conta, deixando um aviso aos colegas: «Não quero tirar um curso de quatro anos em sete ou oito. Não quero ser advogado avô. Foi a única maneira que tive, depois de ter recorrido a todos os meios regulares e nunca tive resposta nenhuma. Já disse aos meus colegas para não fazerem o que eu fiz. Cometi um ilícito criminal, estou cá fora porque sou primário, porque senão não saía. Tenho julgamento marcado, processo a decorrer e não sei o que me vai acontecer».
Relato na primeira pessoa
Mas, afinal, o que aconteceu na sala dos alunos da Universidade Lusíada a partir das 11h30 desta sexta-feira? Miguel conta a sua versão, referindo-se à cadeira de Teoria Geral de Negócio Jurídico, a tal onde teve dez valores e considerou merecer mais. Leia as declarações na primeira pessoa:
«António José Moreira [vice-presidente da Fundação Minerva, que gere a Lusíada] foi a primeira pessoa que veio falar comigo, quando eu estava lá fechado. Nunca falei de Salazar e Hitler e isso é como dizer que sou de extrema-direita. Posso ter dito que eram arbitrários. Quanto ao Hitler, só estava a frisar que a Universidade Lusíada do Porto deu emprego como professora a uma senhora que é licenciada em direito e está a tirar o estágio. Essa senhora é que disse que o Hitler nunca foi nazi, que simplesmente cumpriu a constituição alemã. É isto que os alunos de direito andam a prender».
«Eu não aguardava nenhuma revisão de prova, porque essa aconteceu no dia 22. Já tinha a cadeira feita, por isso a minha intenção era pedir para fazer uma oral, porque queria provar que sabia mais. Cheguei à secretaria e disseram-me que já tinha passado o prazo. Ontem, quando me dirigi à universidade, pedi para falar com uma pessoa da administração e a empregada mal me viu disse logo que não estava. Pedi para chamar outra, que também não estava. Não estava ninguém, só que mal me fechei apareceram todos».
«Se eu não fosse bode expiatório, ninguém em Portugal sabia o que se passava dentro da lusíada. Levei um bidonzinho de dois litros com gasolina, é o que o está no processo. É verdade que pedi para o elemento da Polícia Judiciária assinar um documento, mas sei que sobre coacção não têm validade. Quis vir-me embora, porque apercebi-me que ninguém queria resolver nada. A única pessoa que se podia aleijar era eu, mas não deitei gasolina por cima de mim, porque não sou doido. É facilmente comprovável, porque eu não cheirava a gasolina e fui no carro deles a fumar».
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