O Ministro Alberto Costa de cada vez que vai a algum lado leva na manga um truque para surpreender os jornalistas. Serve-se sempre de temas requentados, rebuscados no baú poeirento dos dislates absurdos e por isso arquivados por quem no passado mostrou algum juízo. Ele foram as férias judiciais, depois as carreiras planas nas magistraturas e ontem, mais uma vez, aproveitando uma sessão pública no Centro de Estudos Judiciários tirou da cartola a ideia de abertura das magistraturas a licenciados noutras áreas que não o Direito (referiu-se mesmo, como exemplo e por acaso à Sociologia).
O absurdo para qualquer pensante apenas faz sentido no discurso patético dos cábulas, na inalcansável demanda do reconhecimento. Se a este Costa dessem a pasta da Saúde diria certamente que a medicina não haveria de ter a exclusividade na formação dos médicos (absurdo privilégio a que urgiria pôr cobro). E se por percalço do destino algum dia a pasta fosse a das obras públicas, labutaria certamente por abrir aos psicólogos a faculdade da construção de pontes ferroviárias e outras obras de arte.
Curioso é verificar que mais uma vez o ministro não tirou nada do próprio caco. Serviu-se de ideia em tempos semeada ao vento pelo sinistro guru da sociologia nacional, o conhecido professor coimbrão BSS. «Palavras para quê ? É um artista português.»
Alberto Costa deveria perder um par de horas a ler, um resumo que fosse, da desmontagem sistemática que António Manuel Baptista (O Discurso Pós-Moderno Contra a Ciência, 2002, Gradiva; e Crítica da Razão Ausente, 2004, Gradiva) fez das charlatãs «teses científicas» e pós-modernaças do tenebroso BSS.
Para quem acha que a justiça já bateu no fundo, espere para ver como vai ficar depois de Bernardes Costa.
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