Mais de meia centena de advogados do Distrito de Beja também têm a receber dos tribunais largos milhares de euros resultante das defesas oficiosas. Nuno Entradas, advogado, com Cédula Profissional, conta o seu caso, através do balcão como caixeiro-de-peças.
O protesto dos advogados pela falta de pagamento do serviço de apoio judiciário, pode estender-se a oito comarcas, sete do Distrito de Beja e uma de Évora, cujos juristas estão incluídos na Delegação de Beja da Ordem dos Advogados. Em causa está o pagamento das defesas oficiosas, cujas verbas são pagas pelo Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça.
Face ao constante atraso no pagamento dos honorários, Nuno Entradas (na foto), advogado com escritório em Beja, exerce a profissão de caixeiro-de-peças, de forma “a ter dinheiro para o dia-a-dia”. Uma história de vida contada na primeira pessoa. “Desde que em 2004 comecei a prestar serviços, recebi o mês passado cerca de 300 euros referente a Janeiro, mas muito ficou para trás”, disse.
O jovem advogado revela que tem “a receber verbas no valor de cerca de 3.000 mil euros, algumas delas referentes a serviços de 2004”, concluiu.
Apesar de já ter concluído o estágio e ter a Cédula Profissional, Nuno Entradas, continua a exercer a anterior profissão de caixeiro-de-peças, numa empresa de Beja, “contando com a ajuda económica dos meus pais e a compreensão dos patrões sempre que é necessário deslocar-me a tribunal, rematou.
Casimiro Heitor, presidente da Delegação de Beja da Ordem dos Advogados, confirma “a existência de verbas em atraso e que o processo está a ser tratado pelo Bastonário”, defendendo que os juristas não se podem negar a prestar os seus serviços.
No Norte os protestos têm subido de tom e, desde ontem, na Comarca de Penafiel, não há causídicos disponíveis para as nomeações de escala ou defesas oficiosas.
edit post

Comments

0 Response to 'Advogados: Defesas oficiosas em atraso também na região de Beja'