A semana passada foi assinado o "pacto" sobre a justiça. Como se previa, os "operadores judiciários" fizeram logo um primeiro coro com a política no sentido do aplauso. Uns dias depois, alguns deles - juízes, por interposto sindicato -, depois de lerem a coisa com mais atenção, começaram a torcer o nariz. Se Deus quiser, não há-de ficar por aqui. O "pacto" foi uma resposta circunstancial da "política" ao susto que apanhou com alguns processos. Por isso, ele trata mais da "justiça formal" do que da "justiça material" que, previsivelmente, continuará ao sabor do caprichismo interpretativo que cada um lhe quiser dar. É por isso que, apesar do "pacto", todos os dias saem cá para fora "peças" de um processo chamado "Apito Dourado". O futebol está tão entranhado em praticamente tudo o que mexe como uma leucemia incontrolável. A naturalidade com que se aceita a permanência de determinados indivíduos à frente de instituições - os clubes de futebol - que passam por ser entidades de utilidade pública, é a mesma com que se encara a divulgação de peças processuais - escutas telefónicas - como arma de arremesso entre os diversos "gangs" da bola. Já nem sequer vale a pena falar dos que se eternizam, com a complacência dos poderes públicos, nos organismos oficiais e oficiosos do futebol (federação e liga). Para além de objectivamente medíocre, esta gente é perversa e exibe diariamente, com nítido sentido de gozo, a sua impunidade. Por melhores que sejam as intenções do "pacto"e o sonho presidencial de "um regime de sonho", a realidade encarregar-se-á de os desmentir metodicamente. Acreditem. Não vale a pena.
In Portugal dos Pequeninos
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